Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.
Lomadee, uma nova espécie na web. A maior plataforma de afiliados da América Latina.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A EJA e o preparo para o trabalho





A Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade de ensino cujo objetivo é permitir que pessoas adultas, que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na idade convencional, possam retomar seus estudos e recuperar o tempo perdido. 

Oferecer a modalidade EJA nos dias de hoje requer um novo pensar acerca das políticas educacionais e das propostas de (re) inclusão desses educandos nas redes de educação pública do nosso país. O que se tem pensado até o momento é que o trabalho pedagógico desenvolvido neste seguimento de ensino deva ser de cunho eminentemente alfabetizatório. No entanto, alfabetizar é somente a primeira parte do processo. O que não se pode é pensar que só alfabetização poderá garantir desenvolvimentosocial deste educando. 

Para uma pessoa adulta que retoma seus estudos, o desejo maior é o de se preparar para o trabalho, de ter autonomia e de se dar bem profissionalmente. A abordagem metodológica neste sentido não deve ser desenvolvida com os mesmos parâmetros utilizados para se trabalhar com crianças. Um aluno com idade de 30 anos, por exemplo, retomando os anos escolares correspondente ao 4º ano do ensino fundamental não se interessará por uma atividade caracterizadamente infantil. Daí a necessidadede abordar conteúdos equivalentes, mas com uma linguagem adulta e que vá ao encontro daquilo que esse público deseja. 

A educação é o maior e melhor instrumento gestor de mudança, através dela o homem consegue compreender melhor a si mesmo e ao mundo em que vive, dessa forma, a própria educação deve ser a primeira a aceitar e a acompanhar o desenvolvimento e suas especificidades, ou seja, renovar e promover a interação com o novo. 

O Brasil já deu um grande passo nas questões que se referem a alfabetização de jovens e adultos, embora continuamos dentro da escola dos países com maior taxa de analfabetos. E o problema, como já mencionado, é que o adulto que procura a escola não quer apenas aprender a ler e a escrever, ele quer e necessita é de atualização com o contexto social em que vive e faz parte. 

A defasagem escolar é grande, segundo a Lei 9.394/96 art. 37 “a educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação profissional, na forma do regulamento”, dessa forma, e se realmente acontecesse o que está previsto em lei, teríamos muito mais jovens dentro das escolas. Em consequência do desemprego, a busca pelo ensino profissional e técnico aumentou significativamente. O jovem quer trabalhar, mas falta qualificação e oportunidades, principalmente a de concluir a educação básica e ter parcial domínio das novas tecnologias. 

Exemplo dessa realidade pode ser vista nos cursos da modalidade PROEJA, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFGOIAS) da cidade de Goiânia, que no dia 27/04/2009 lançou 90 vagas para cursos desta modalidade. A procura é grande, a oferta é pequena, sem falar nos recursos utilizados para levar essa informação à população. A proposta é muito boa, mas falta mais dedicação, a maioria da população não fica nem sabendo da oportunidade, e os que ficam se deparam com a forte concorrência. 

Em suma, o importante e que (re) pensemos nosso conceito de educação para jovens e adultos; fome de ler e vontade de aprender eles têm, só que de uma maneira mais ampla, característica de quem já tem experiência de vida, que necessita bem mais que a própria escrita e leitura convencional, necessita acima de tudo ler as entrelinhas impostas pela problemática de ser e estar plenamente exercendo a cidadania.



Educação Física


A educação física é uma atividade dinâmica que contribui na formação ampla dos sujeitos, em seu aspecto social, bem como no desenvolvimento de seu lado individual, através de oportunidades lúdicas que proporcionam equilíbrio entre corpo, mente e espaço.Desenvolve as habilidades motoras de qualquer sujeito, além de manter elementos terapêuticos, sejam eles emocionais ou físicos.
O surgimento da educação física se deu desde os tempos primitivos, quando o homem necessitava correr dos animais predadores, pular para pegar alimentos, carregar pesos, arremessar objetos para caçar, etc. Aos poucos, percebeu que seu preparo físico garantiria melhores condições de vida, tanto para trabalhar, interagir e se divertir.Nas práticas esportivas, nos jogos recreativos ou nos jogos com disputas, os participantes aprendem a lidar com sentimentos de perda, frustração, ansiedade, paciência, respeito ao próximo, dentre outros, além de ter que aprender a esperar sua vez.
O trabalho pedagógico desenvolvido na Educação Física deve estar voltado para a construção da cidadania dos sujeitos, formando elementos críticos e participativos no meio social em que estão inseridos. Seu objetivo principal deve ser de que o aluno “adquira a qualificação sócio-histórico-cultural necessária para promover o desenvolvimento de uma racionalidade crítica, autônoma e participativa”.
O caráter competitivo das atividades esportivas nem sempre está presente. Para crianças de até 8 anos de idade as práticas devem estar voltadas para o aspecto lúdico e de recreação, deixando as disputas para crianças maiores, jovens e adultos.
A educação física pode se dividir em várias classes: a escolar, a social, a terapêutica, a esportiva, a recreativa, dentre outras. O profissional também atua orientando sobre cuidados com a saúde, alimentação, problemas do sedentarismo, obesidade, etc.
Sabe-se da importância do profissional de educação física para a manutenção da qualidade de vida do ser humano, da sociedade em que se encontra inserido. Esse profissional exerce suas atividades atuando de forma individual (personal trainner) ou coletiva, em clubes, escolas, hotéis e spas, academias, condomínios, empresas, clínicas de recuperação, prefeituras e escolas, etc. 


Práticas corporais alternativas: trabalhando o corpo e a mente


Meditação, ioga, tai-chi-chuan, pilates, dança indiana... Há alguns anos, essas atividades entraram na moda e, ao contrário do que muitas pessoas previam, elas vieram para ficar. O homem moderno é caracterizado por uma vida carregada de intensos afazeres, que os impede de tomar um tempo para si mesmo. Somam-se a isso, doenças e transtornos que podem surgir como consequências desse estilo de vida agitado, como estresse intenso, transtorno de pânico, enxaqueca, asma, depressão, entre outros. Nesse sentido, a promessa de um tipo de atividade física que trabalhasse tanto o corpo como a mente se mostrou perfeita para que esse homem pudesse praticar atividade física cuidando do seu corpo e da sua cabeça.
As práticas corporais alternativas têm origens diferentes, em especial o Oriente próximo e distante: Índia, China e Japão são alguns dos países que desenvolveram essas técnicas que utilizamos hoje. Todas as práticas corporais alternativas apresentam um ponto em comum: o controle da respiração. Entende-se que é por meio do controle respiratório que o homem é capaz de atingir os estados meditativos de consciência. Quem já experienciou o pilates, a ioga ou qualquer tipo de meditação, sabe que a chave para uma prática completa é unir os movimentos corporais a ritmos respiratórios lentos e ordenados. Esse é um elemento tão fundamental que o antropólogo Marcel Mauss, em seu artigo “As técnicas do corpo” assume a possibilidade de que essas práticas corporais, de outras culturas, permitiriam ao homem a alterar seu estado de consciência, o que ele chama de “entrar em contato com Deus”. Em suas palavras:
“No meu entender, no fundo de todos os nossos estados místicos há técnicas do corpo que não foram estudadas por nós, e que foram perfeitamente estudadas pela China e pela Índia desde épocas muito remotas. Penso que há necessariamente meios biológicos de entrar em ‘comunicação com Deus’. E, embora a técnica da respiração seja o ponto fundamental na Índia e na China, creio que ela é bem mais difundida de um modo geral.”
Embora com raízes bastante antigas, essas técnicas ganharam o estilo de vida moderno da sociedade ocidental. Aliás, pessoas famosas não apenas aderiram a essas práticas, como também ajudaram na sua divulgação. Um exemplo expressivo é a cantora Madonna que declarou mais de uma vez a sua adesão ao pilates e a ioga.
Como já foi dito, essas práticas vieram para ficar. Tanto que alguns cursos universitários de Educação Física incluíram as práticas corporais alternativas no seu currículo, como é o caso da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. No que se refere ao ensino fundamental e médio, essas práticas também devem ser trabalhadas nas aulas de Educação Física, segundo orientações do Ministério da Educação e da Cultura, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais.
O problema que se coloca em relação a esse tipo de prática corporal é a falta de preparo dos profissionais. Ora, se por um lado as universidades vêm aderindo a esse tipo de atividade, por outro, a inclusão dessas disciplinas no currículo universitário ainda é muito recente para que a oferta de profissionais qualificados responda significativamente à demanda que há na sociedade hoje. Portanto, os professores que estão atuando hoje nas escolas, ou se prepararam para esse conteúdo de modo individual – procurando cursos particulares – ou não estão preparados. Por isso, embora essas práticas sejam um ótimo conteúdo para a Educação Física escolar, ela é muito pouco trabalhada. Quem sabe isso ainda poderá mudar um dia.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

É preciso celebrar o altar da gestualidade


A problemática da comunidade surda portuguesa vai estar em destaque nas conferências «A Inclusão e o Pensar as Diferenças» e «Redes Educativas locales: la educación inclusiva», hoje às 17h30, na Universidade Portucalense, no Porto. Organizadas pelo Departamento de Ciências da Educação e do Património da Universidade Portucalense, em parceria com universidades espanholas, estas são as primeiras das várias iniciativas a realizar até Outubro.

Em conversa com o «Ciência Hoje», António Vieira, especialista em educação especial, coordenador do«Gestuário da Língua Gestual Portuguesa» e organizador desta iniciativa, considera que “se a sociedade não estiver apetrechada com conhecimentos que possam integrar estas pessoas, estas vão continuar arredadas da comunicação”.
O défice de docentes habilitados para interagirem com os cidadãos portugueses com Necessidades Educativas Especiais deixa dez mil surdos portugueses sem o devido acompanhamento escolar, por não terem professores que gestualizem” com eles. “É preciso celebrar o «altar da gestualidade», numa sociedade completamente virada para a oralidade, considera o professor.

Apesar da língua gestual portuguesa ter sido reconhecida oficialmente em 1997 como língua materna da comunidade surda em Portugal, ainda falta percorrer um grande caminho para que essas pessoas consigam ser efectivamente incluídas na sociedade.

O Estado tem-se descartado dessa sua função”, considera António Vieira. Enquanto para a aplicação médica de próteses auditivas o estado dá apoio, já não o dá para a educação nesta área, explica.
Deveria ser obrigatório o Ministério da Educação assumir a educação de docentes e técnicos e prepará-los para conseguirem lidar com estas pessoas a nível de comunicação.

Como o governo não tem assumido as suas responsabilidades, têm sido os privados a realizar o trabalho, na medida das suas capacidades”, diz. “A Universidade Portucalense está a formar docentes habilitados na área da linguagem gestual para serem professores do ensino especial”.

No entanto, o problema não se prende apenas com a inclusão da língua gestual nas escolas, tanto a nível de professores como dos próprios funcionários. Os pais das pessoas surdas, que normalmente são ouvintes, muitas vezes não podem comunicar com os filhos pois não lhe são dados nenhum tipo de apoios para aprenderem a língua gestual. Por outro lado, dão o apoio de cinco mil euros para a aplicação de próteses, o que não resolve o problema.

É preciso apostar numa formação capaz e condigna para que cada que os surdos sejam cidadãos de primeira”, considera. “Neste ano, em que se assinala a problemática da pobreza e da exclusão social, e em tempos de crise, não se pode perder de vista a dignidade humana. E tem faltado vontade política para avançar”.

A próxima conferência vai realizar-se dia 12 de Julho, em Coimbra, a seguinte dia 11 de Outubro, em Lisboa e dia 8 de Novembro a Universidade de Évora recebe a última. As de hoje serão proferidas por António Magalhães, docente da Universidade do Porto e por Angeles Parrilla, docente da Universidade de Sevilha.

Novas tecnologias para voos mais confortáveis e ecológicos



O tráfego aéreo mundial tem crescido de maneira contínua nas últimas décadas e deve continuar a seguir esta trajectória nos próximos anos. Estimativas da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) indicam que o movimento de passageiros atingirá a marca de 2,75 mil milhões de viagens em 2011.

No que toca ao Brasil, possuidor do terceiro maior fabricante de aviões do mundo, são feitos projectos em parceria com universidades para o desenvolvimento de tecnologias mais sustentáveis para o meio ambiente, bem como outros ligados ao conforto dos passageiros e dos cidadãos que moram nas proximidades dos aeroportos.
A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a Universidade Federal de Santa Catarina fizeram uma parceria com o objectivo de aumentar o conforto das pessoas que utilizam o transporte aéreo. Iniciado em 2006, o projecto estuda as vibrações e os ruídos mais adequados para um passageiro durante o voo e está a chamar a comunidade para a etapa de testes (simulação de voo).

A equipa, composta por professores e alunos dos cursos de Engenharia Mecânica e de Fonoaudiologia, é responsável pelos testes e pela análise dos resultados que orientam a Embraer nas decisões sobre as características que o ambiente interno do avião deve ter para ser mais agradável para o passageiro.

Para simular o voo, a poltrona e o piso em que o participante se acomoda transmitem as sensações de vibração, programadas no computador. Tanto essas sensações como os sons escutados através de um microfone foram gravados em um voo real para, dentro da cabine, serem reproduzidos.

Durante o teste, que dura em média 15 minutos, o participante qualifica o conforto de cada vibração a que é submetido. Depois, descreve as sensações que teve. Para os integrantes do projecto, as pesquisas continuam após a realização dos testes: é a vez de tratar as informações que cada pessoa forneceu. O projecto tem previsão para continuar até Setembro de 2011.
Europa aposta nas tecnologias "limpas"

Sem despender muitas horas, qualquer internauta poderá encontrar notícias de estudos brasileiras relacionados com o desenvolvimento de novas tecnologias capazes de tornar o voo mais cómodo e agradável para os passageiros. Entretanto, no que toca ao desenvolvimento de “tecnologias limpas”, existe mais investigação na Europa.

Construir uma nova geração de aviões amigos do ambiente é o objectivo da parceria público-privada que a Comissão Europeia lançou através da iniciativa Clean Sky, que decorre entre 2008 e 2013. O objectivo da iniciativa é reduzir o impacto da indústria da aviação no ambiente. Esta irá culminar com o teste real de aviões ecológicos. São seis os projectos de investigação que a compõem.

A plataforma conta com as contribuições de 80 parceiros de 16 Estados-membros, entre empresas, universidades e centros de investigação. Em Portugal, firmou-se em 2010 uma parceria do projecto Clean Sky com a GMV portuguesa, grupo tecnológico que actua nas áreas da aeronáutica, da defesa, dos transporte e segurança. O grupo não tem origem portuguesa, mas estabeleceu no país parceria com o projecto europeu Céu Limpo (Clean Sky).

O desenvolvimento de tecnologias inovadoras, tais como motores ecológicos, combustíveis alternativos ou componentes físicos que tornem as viagens aéreas mais económicas, vai fazer com que os aviões reduzam entre 20 e 40 por cento as emissões de dióxido de carbono.

A redução do CO2 por cada avião será em média de duas e três toneladas. Além disso, os investigadores vão ainda reduzir entre 40 e 60 por cento as emissões de óxido de nitrogénio, o que permitirá a diminuição do ruído produzido pelas aeronaves em metade.

Ciência




Tão antiga quanto a própria existência do homem é sua inquietude diante da percepção e da compreensão dos objetos e dos fenômenos que o cercam. As noções sobre astronomia, geometria e física herdadas de antigas civilizações, como a suméria, a egípcia, a babilônia e a grega, constituem o alicerce do pensamento científico contemporâneo.
Em termos gerais, ciência se confunde com qualquer saber humano. Em sentido estrito, define-se ciência como as áreas do saber voltadas para o estudo de objetos ou fenômenos agrupados segundo certos critérios e para a determinação dos princípios que regem seu comportamento, segundo uma metodologia própria.

Origem das ciências

 Em última instância, a origem da ciência radica na capacidade de raciocínio do homem e em sua disposição natural para observar. Os primeiros seres humanos se deixaram fascinar pelo espetáculo oferecido pelos astros e, após observação contínua de sua movimentação, perceberam certa regularidade nos ciclos solar e lunar e na passagem periódica de cometas. A primeira grande conquista científica foi, portanto, a constatação de que certos fenômenos se repetem.
A imitação da natureza e a necessidade de superá-la e dominá-la, as inovações técnicas exigidas por cada sociedade para satisfazer seus interesses bélicos e comerciais e o prazer intelectual do conhecimento foram fatores decisivos no desenvolvimento inicial da ciência. Cada etapa da evolução científica esteve impregnada da filosofia de seu tempo e, em algumas épocas, houve grande empenho em justificar teoricamente certas concepções políticas ou teológicas. O conflito ideológico entre ciência e religião, ou entre ciência e ética, foi um traço marcante de muitas civilizações ao longo da história.
O vertiginoso avanço científico verificado nos séculos XIX e XX favoreceu o aparecimento de correntes de pensamento que pretendiam substituir os preceitos morais pelos princípios da ciência. Esse propósito, no entanto, viu-se prejudicado pelas questões éticas levantadas pela utilização das descobertas científicas. Embora na maior parte dos casos os estudos científicos não suscitem problemas metafísicos e proporcionem bem-estar e progresso, comprovou-se que podem converter-se em poderoso instrumento de destruição quando postos a serviço da guerra. O aproveitamento da energia nuclear para fins militares toldou em parte o ideal científico racionalista.
Por outro lado, surgiram recentemente outras questões polêmicas, envolvendo a engenharia genética, sobretudo no que se refere à manipulação das primeiras fases da vida humana, com a inseminação artificial, a fecundação in vitro, o congelamento de embriões e a possível produção de clones humanos.

Classificação das ciências

 A ambição de saber própria do ser humano fez aumentar de tal forma o volume do conhecimento acumulado que este supera em muito o saber particular de cada indivíduo, tornando necessária a criação de sistemas de ordenação e classificação. O próprio conceito de ciência e sua evolução histórica trazem a necessidade de estipular a área de conhecimento que compete a cada disciplina científica. Criou-se assim a taxionomia, ou teoria da classificação, disciplina independente que determina o objeto de cada área do conhecimento científico.
Aristóteles formulou uma primeira classificação que distinguia três grupos: o das ciências teóricas (física, matemática e metafísica), o das ciências práticas (lógica e moral) e o das ciências produtivas (arte e técnica). Entre os muitos métodos classificatórios menciona-se especialmente o do físico francês André-Marie Ampère, do início do século XIX, segundo o qual as ciências se dividiam em duas áreas: as chamadas ciências cosmológicas (subdivididas em cosmológicas propriamente ditas e fisiológicas), que estudavam a natureza, enquanto as ciências noológicas (subdivididas em noológicas propriamente ditas e sociais) referiam-se aos raciocínios abstratos e às relações dos seres humanos em sociedade.
Embora se haja mantido a pluralidade de critérios no que se refere à ordenação científica, a tendência moderna é definir várias áreas de conhecimento e englobar em cada uma delas múltiplas disciplinas. O conjunto das ciências exatas agrupa a matemática, a  física e a química. As ciências biológicas ocupam-se do estudo dos seres vivos em diversos níveis (celular, de tecidos, de órgãos etc.) e compreendem grande número de disciplinas, como a botânica, a zoologia, a genética, a ecologia etc. Uma terceira área de conhecimento agrupa as ciências geológicas e geográficas, que tratam dos fenômenos relativos à Terra, e as astronômicas, relacionadas ao cosmos. Em outra esfera situam-se as ciências médicas, também muito diferenciadas, e um quinto segmento engloba as ciências sociais (economia, sociologia, demografia etc.).
As diversas disciplinas podem também classificar-se em dois grandes grupos, segundo seu objeto seja puramente científico, sem finalidade prática imediata (a chamada pesquisa de ponta) ou integrem a área das ciências aplicadas, como as pesquisas tecnológicas que se desenvolvem nas áreas mais especializadas da engenharia, arquitetura, metalurgia e muitas outras.

História da ciência

Admitindo-se a curiosidade e a ânsia de conhecer como qualidades inatas do gênero humano, pode-se afirmar que o nascimento da ciência deu-se com as primeiras observações dos homens primitivos, antes mesmo que fosse inventada a escrita.

Primeiras civilizações

 Alguns monumentos megalíticos, como o cromlech de Stonehenge, na Inglaterra, são testemunho de que os europeus pré-históricos possuíam noções de astronomia e geometria muito superiores às que lhes foram atribuídas durante séculos.
Os primeiros centros importantes de irradiação científica localizaram-se na China, na Índia e no Oriente Médio. A sabedoria e a técnica chinesas superaram as ocidentais durante quase toda a antiguidade. Os sábios chineses mediram fenômenos celestes em tempos muito remotos e progrediram extraordinariamente na alquimia, na medicina e na geografia, apoiados por seus governantes. Os indianos, mais interessados em questões metafísicas, desenvolveram muito a matemática e deram ao mundo moderno o sistema de numeração, transmitido e aperfeiçoado pelos árabes. No Egito prestava-se mais atenção à resolução de problemas técnicos, enquanto na Mesopotâmia os caldeus e babilônios dedicaram-se sobretudo à astronomia e à matemática, além de aperfeiçoarem as técnicas de irrigação e construção de canais.

Cultura grega

 O surgimento de uma cultura como a grega, isenta de misticismo exacerbado e onde os deuses eram mais sobre-humanos que divinos, deu lugar aos primeiros modelos racionalistas. Sua filosofia foi a mais importante da antiguidade e serviu de modelo à ciência teórica, baseada na educação e não na experiência, conhecida como filosofia natural. A tradição helênica consagrou Tales, que viveu em Mileto, cidade grega da Anatólia ocidental, no século VI a.C., como o primeiro representante dessa corrente de pensamento. Tales procurou a ordem universal (kosmos em grego significa ordem) mediante a determinação dos elementos fundamentais que compõem o mundo e considerou o destino como motor dos corpos, que se encaminham naturalmente para seu próprio fim. Não deixou escritos, mas discípulos transmitiram e complementaram suas teorias. Chegou-se assim à suposição de que todos os corpos conhecidos se formavam dos quatro elementos: terra, fogo, água e ar.
Fundamental para a ciência grega foi o pensamento de Pitágoras, um dos primeiros a medir fenômenos físicos. Estabeleceu ele as leis acústicas pelas quais se relacionam as notas musicais e aplicou a mesma teoria à disposição dos planetas, do Sol, da Lua e das estrelas no firmamento: esses corpos celestes girariam em volta da Terra em sete esferas concêntricas.
A síntese do pensamento grego veio com Aristóteles, cuja preocupação foi manter a concepção espiritualista de seu mestre, Platão, integrando-a, porém, numa explicação científica do mundo físico. Aristóteles adotou o modelo de esferas concêntricas de Pitágoras. Seus acertos na classificação dos seres vivos foram excepcionais, embora, por falta de conhecimentos matemáticos suficientes, tenha enunciado teorias físicas que, devido ao enorme prestígio que conquistaram na Idade Média, constituíram mais entrave do que benefício na história da ciência. Destaca-se também a figura de Arquimedes, que, discípulo do matemático Euclides, descobriu importantes leis da hidrostática, as roldanas e a alavanca.
As teorias gregas, que atribuíam ao mundo físico os ideais de beleza e perfeição plasmados em suas esculturas, viram-se seriamente abaladas depois da conquista da Mesopotâmia por Alexandre o Grande, pois os cálculos e medidas astronômicas dos caldeus puseram a descoberto falhas e incoerências nos modelos cósmicos aristotélicos. Mais tarde, Ptolomeu conseguiu reduzir as discrepâncias adotando o sistema geocêntrico, que situava a Terra no centro do universo.
A medicina grega atribuía causas naturais a todas as doenças. Hipócrates, estudioso da anatomia e do corpo humano, é considerado o pioneiro da medicina, embora esta tenha chegado ao apogeu na época helenística alexandrina. Destacaram-se então os estudos de Galeno de Pérgamo, que descobriu as veias, as artérias e os nervos, aos quais caberia propagar a energia vital pelo corpo.
Roma, Islã e cristianismo medieval. O esplendor da ciência de Arquimedes e Euclides coincidiu com o estabelecimento do poder romano no Mediterrâneo. Os romanos limitaram-se a preservar os estudos dos gregos e preferiram resolver problemas de engenharia e arquitetura. Com a decadência e queda do Império Romano, os textos da antiguidade clássica praticamente desapareceram na Europa. A expansão do cristianismo, que se produziu nos últimos séculos do Império Romano, deu novo alento às interpretações espirituais e teológicas do mundo. Somente os mosteiros serviram de refúgio para a ciência antiga, pois neles os monges fizeram cópias manuscritas e comentários dos livros salvos dos saques promovidos pelas tribos germânicas que invadiram o continente.
A civilização árabe assimilou o acervo cultural do Ocidente e transmitiu o saber antigo à cristandade pela ocupação da península ibérica. Traduziram a obra de Aristóteles e de outros filósofos, fizeram progressos na medicina, na astronomia e na alquimia e inventaram a álgebra. Nesse contexto, sobressaem as figuras de Averroés, tradutor e comentarista da obra aristotélica, e de Avicena, cujo Canon foi o texto básico de medicina durante toda a Idade Média.
A cultura cristã medieval submeteu todo o conhecimento ao enfoque teológico. Registraram-se, no entanto, alguns avanços tecnológicos notáveis. As pesquisas no campo da óptica atingiram grande desenvolvimento e a utilização de novas máquinas (como jogos de roldanas) e ferramentas (maças, cinzéis, rolos) permitiram aperfeiçoar os processos de construção e deram base técnica aos estilos arquitetônicos românico e gótico.

Revolução científica e revolução industrial

 A consolidação do estado como instituição, a intensificação do comércio e o aperfeiçoamento da tecnologia militar contribuíram para aumentar o interesse pelas realizações técnicas. O Renascimento, primeiro na Itália e depois no resto da Europa, contribuiu com uma visão mais completa dos clássicos da antiguidade e levou ao humanismo, que concebia o homem como imagem de Deus, capaz e digno de criar. O exemplo máximo de gênio criador do Renascimento foi Leonardo da Vinci, que se destacou como artista, inventor, engenheiro e perito em anatomia humana.
Os antigos modelos teóricos já não comportavam o volume gigantesco dos novos conhecimentos e, por isso, a maior parte das perguntas ficava sem resposta. Era preciso estabelecer um modelo básico e uma metodologia que servissem de orientação para os novos estudos. Esses recursos foram fornecidos por Copérnico, Galileu, Newton e outros cientistas, que tiveram de superar dois obstáculos de monta: as idéias e o prestígio de Aristóteles, muito arraigados no espírito medieval, e a hegemonia dos princípios defendidos pela igreja.
O heliocentrismo, modelo que situa o Sol no centro do universo, já fora usado por Aristarco de Samos na Grécia antiga. Não podendo ser confirmado pela experiência, foi superado pelo geocentrismo de Ptolomeu. Copérnico enfrentou o mesmo problema ao formular sua teoria heliocêntrica, embora apoiado pelos estudos e observações de outros astrônomos, como Tycho Brahe, Kepler e Galileu, que foi o primeiro a utilizar o telescópio.
A obra De humani corporis fabrica libri septem (1543; Sete livros sobre a organização do corpo humano), de Andreas Vesalius, aplicou um novo método ao estudo do corpo humano, que contestava Galeno em  algumas opiniões, até então tidas como irrefutáveis. A química, ainda centrada na análise da enorme quantidade de substâncias descobertas pelos alquimistas, só encontrou seu caminho científico moderno com Lavoisier, no século XVIII.
No século XVII, Newton publicou sua obra magna: Philosophiae naturalis principia mathematica (1687; Princípios matemáticos da filosofia natural), em que não só anunciava as leis fundamentais do movimento dos corpos e da gravitação universal, como apresentava um método de trabalho que se mostraria aplicável a muitas áreas científicas. Simultaneamente com Leibniz, Newton inventou o cálculo infinitesimal, que daria a seus sucessores um valioso instrumento matemático. Uma das conseqüências mais importantes das idéias e do método newtonianos manifestou-se no século XVIII, quando Coulomb enunciou uma lei análoga à lei de Newton para a mecânica, aplicável à eletricidade.
As ciências biológicas progrediram mais lentamente que as ciências técnicas. No século XVIII, porém, surgiu a primeira classificação rigorosa de animais e vegetais que se conhece desde a época de Aristóteles. Com ela, o sueco Carl von Linné, conhecido como Lineu, lançou as bases da taxionomia moderna na classificação botânica e zoológica.

Atomismo, evolução e relatividade

 No século XIX surgiu um novo enfoque das ciências, marcado de certa forma pela descoberta do mundo microscópico e pela formulação de modelos atômicos. A conexão entre as forças elétricas e magnéticas, corroborada por Oërsted e Faraday, deu origem a uma teoria unitária das modalidades físicas de ação recíproca que se mantém até hoje. Houve grandes progressos nos métodos matemáticos e, conseqüentemente, na formulação de complexos modelos teóricos. Joule e Helmholtz estabeleceram o princípio de conservação da energia e Helmholtz descobriu também a natureza eletromagnética da luz.
Com a teoria atômica de Dalton e o sistema periódico de Mendeleiev, a química consolidou seus princípios e seu método, enquanto a biologia teve grande impulso com os estudos de classificação realizados por Cuvier. Ainda no século XIX, o naturalista inglês Darwin provocou uma autêntica revolução, que durante muitos anos foi objeto de controvérsia, com a publicação do livro On the Origin of the Species by Means of Natural Selection (1859; A origem das espécies), onde se acha exposta a célebre teoria da evolução. Em 1838, Schwann e Schleiden lançaram as bases da teoria celular. Pouco depois, Pasteur e Koch estudaram a natureza dos germes microscópicos causadores das enfermidades e criaram as primeiras vacinas. As ciências sociais progrediram e deram nascimento à sociologia e à economia como disciplinas científicas e independentes.
O século XX principiou com a descoberta da radioatividade natural por Pierre e Marie Curie e o anúncio de novas doutrinas revolucionárias. A confirmação do conceito evolucionista das espécies e a extensão dessa idéia ao conjunto do universo, junto com a teoria quântica de Planck e a teoria da relatividade de Einstein, levaram a um conceito não-causal do cosmo, em que só é lícito adquirir conhecimento a partir de dados estatísticos, cálculos de probabilidade e conclusões parciais. Nada disso implica um retrocesso na validade do método científico, pois não se duvida que esse método assegurou enormes progressos tecnológicos, mas sim um reconhecimento, por parte da ciência, de sua incapacidade de dar respostas cabais sobre a natureza e a origem do universo.
Na segunda metade do século XX, os métodos de observação de alta precisão apresentaram notáveis progressos com o descobrimento do microscópio eletrônico, no qual as lentes foram substituídas por campos eletromagnéticos e a luz por um feixe de prótons, e dos microscópios de raios X e de ultra-som, com grande poder de resolução.
A reunião de disciplinas como a automação, destinada ao estudo e controle dos processos em que o homem não intervém diretamente, e a informática, ou conjunto de técnicas dedicadas à sistematização automática da informação, nasceram outras disciplinas como a robótica, que se ocupa do desenho e do planejamento de sistemas de manipulação a distância. Essa área de conhecimento teve aplicação, por exemplo, na astronáutica. Permitiu que o homem chegasse à superfície da Lua ou viajasse pelo espaço cósmico.
No campo da astronomia foram criadas disciplinas como a astronomia das radiações ultra-violeta e infravermelha, dos raios X, gama e outros. Esses progressos se devem aos conhecimentos da física nuclear, que permitiram descobrir uma enorme quantidade de fenômenos e de corpos celestes, como os buracos negros, objetos astrais de densidade elevada e que não emitem radiação, e os quasares, objetos semelhantes às estrelas que emitem radiações de grande intensidade.
A ciência moderna tem-se esforçado para obter novos materiais e fontes de energia alternativas para o carvão e o petróleo. O progresso da técnica permitiu a fabricação de semicondutores e dispositivos eletrônicos que conduziram aos computadores modernos. O domínio dos processos atômicos e nucleares possibilitou a construção de centrais elétricas e instrumentos de precisão. A aplicação de novas tecnologias na medicina e o maior conhecimento do corpo humano e de seus mecanismos proporcionaram uma melhora apreciável nas condições de vida dos habitantes do planeta.



sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sistema educacional é prioridade do governo australiano


Clima tropical, praias bonitas, surfe, população hospitaleira e um câmbio melhor do que o dólar americano são as principais motivações dos estudantes que escolhem a Austrália como destino de estudo. Segundo estatísticas da Belta(Brazilian Educational & Language Travel Association), o país é hoje o segundo preferido dos brasileiros que vão ao exterior para estudar inglês, ficando atrás apenas do Canadá.
Entre 2004 e 2006, a Austrália registrou um crescimento de cerca de 150% no recebimento de alunos do Brasil. Em 2007, 12,5 mil estudantes brasileiros estiveram no país. Para 2008, é esperado que esse número aumente em 20%.
A principal demanda é a de cursos de inglês, mas a Austrália também oferece opções para quem pretende fazer o ensino médio (high school), graduação, pós-graduação e cursos técnicos com qualidade reconhecida internacionalmente. 
O sistema educacional é uma das prioridades do governo australiano, que também estimula pesquisas nas áreas médica, biológica, oceanográfica, física e tecnológica.
Os cursos técnicos vêm ganhando destaque: praticamente um terço dos brasileiros que vão ao país se encaminha para esse tipo de formação. Segundo a gerente da Australian Education Internacional no Brasil, Priscila Donato Trevisan, os mais procurados são os da área de administração, ciência da computação, turismo, hotelaria e ciências físicas. Quando o assunto é graduação e pós-graduação, as áreas de administração, artes, meio ambiente e saúde disparam na preferência dos estrangeiros. 
Os estudantes podem, ainda, aproveitar as horas de folga para praticar atividades radicais, entre elas "rafting", surfe, "canyoning", mergulho, vôo livre, "bungee jumping", paraquedismo e "mountain bike".

Nada de jeitinho brasileiro


Mais do que a natureza preservada, a Austrália encanta por sua cultura hospitaleira. Seus habitantes costumam receber bem turistas e estudantes, que chegam de todas as partes do mundo. 
Em Sydney -cidade mais importante do país-, a população é cosmopolita, formada especialmente por europeus e asiáticos. A mistura de culturas pode ser atribuída ao incentivo que o governo australiano oferece aos estudantes estrangeiros, o que não quer dizer que não haja controle sobre eles.
Em toda a Austrália, há muitas regras a serem cumpridas. Há leis que vão desde a obrigatoriedade no uso do capacete para os ciclistas até o pagamento de multas por estudantes internacionais (imigrantes) flagrados com cartões de trem ou de ônibus mais baratos -legalmente, apenas australianos ou residentes têm esse benefício. 
Estudantes com passaporte brasileiro devem apresentar comprovantes de renda com o equivalente a AU$ 1000 (mil dólares canadenses), para cada mês de estadia no país. Também devem ter outros documentos que comprovem vínculos com o Brasil, como carteira de trabalho assinada ou matrícula trancada em curso superior. 
O objetivo do governo é saber se o estrangeiro tem intenção de permanecer em território australiano. Quanto mais documentos o visitante mostrar, provando o contrário, mais fácil será a obtenção ou renovação de seu visto.
A fiscalização em relação à freqüência na escola costuma ser inflexível. A imigração intima estudantes estrangeiros que não comparecem a 80% das aulas. No caso de reincidência, a imigração pode cancelar o visto do aluno e expulsá-lo do país. 
O mesmo rigor é verificado no campo do trabalho. A Austrália é um dos poucos países que dão permissão de trabalho de 20 horas semanais para estudantes internacionais. Só que lá não tem "jeitinho brasileiro". Permissão de 20 horas não quer dizer de 30 ou de 40 horas. As leis são levadas a sério. O estudante que exceder este período e for flagrado por um agente de imigração terá seu visto cancelado e será deportado do país, sem direito de retornar pelo período de dois anos. 

Estilo australiano de ser e viver


Apesar de seguir um grande número de leis e regras, o povo australiano nada tem de tenso ou cerimonioso. Possui bom humor e costuma andar pelas ruas vestido de forma descontraída -com bermudas, camisetas e chinelos ou até mesmo descalço.
A qualidade de vida na Austrália também se deve ao bom funcionamento dos serviços públicos, desde transportes e hospitais a áreas de lazer gratuitas. A Austrália foi colonizada pelos ingleses em 1.770 e já faz parte da lista dos países mais ricos do mundo.
Atualmente, o país apresenta uma das sociedades mais organizadas e um dos melhores IDHs(Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo - é o 3º na lista da ONU (Oraganização das Nações Unidas) de 2007. A Austrália tem uma sociedade mais igualitária que a brasileira. Ou seja, há menor diferença entre as classes sociais australianas que entre as brasileiras.
A terra dos cangurus apresenta uma beleza natural e preservada que encanta os estrangeiros. Suas mais de 10 mil praias são o sonho de consumo de qualquer surfista. A diversidade de climas encontrada no território australiano vai desde o calor do "Outback" (nome dado ao deserto no país por estar fora da costa), no centro do país, até as geleiras das "Snowy Mountains" (montanhas de neve), a pouco mais de uma hora de Camberra, capital do país.


A importância da biodiversidade



Nós, seres humanos, atravessamos um longo caminho para ganhar nossa independência dos caprichos da Mãe Natureza. Aprendemos como construir abrigos e como nos vestir. Através da agricultura e da irrigação, podemos controlar nosso próprio suprimento de alimentos. Construímos escolas, hospitais, computadores, automóveis, aviões e ônibus espaciais. Então, qual o grande problema se algumas plantas, animais e organismos simples deixarem de existir?
Eis o problema com a perda da biodiversidade: a Terra funciona como uma máquina incrivelmente complexa e não parece haver partes desnecessárias. Cada espécie - do mais simples micróbio aos seres humanos - desempenha uma parte em manter o planeta funcionando normalmente. Neste sentido, cada parte está relacionada. Se muitas destas partes, de repente, desaparecerem, então, a máquina - que é a Terra - não conseguirá funcionar da maneira devida.
Por exemplo, as colheitas que cultivamos através de nosso uso inteligente da agricultura são possibilitadas pelo nitrogênio que está presente no solo. Este nitrogênio nutre e fortalece nossas colheitas. Mas, de onde ele vem? Larvas, bactérias e outras formas de vida encontradas no solo amam decompor a vegetação. Quando se alimentam, estes organismos produzem nitrogênio como produto residual, algo que as colheitas realmente amam. Assim é também a maneira como a compostagem rica em nutrientes é feita. Caso estas espécies de bactérias fossem extintas, então, nossas colheitas não cresceriam da forma correta.
Isso é verdade também em relação aos ecossistemas do oceano. O oceano - juntamente com a vegetação com base terrestre - desempenha um papel importante na absorção de dióxido de carbono - um gás que os seres humanos não podem respirar. O oceano não absorve este CO2 por si só. Ele depende de organismos como os fitoplânctons - vidas aquáticas microscópicas - para que absorvam o CO2. Perda de fitoplâncton quer dizer que perdemos níveis adequados de ar respirável.
Até mesmo alguns de nossos avanços modernos, em termos de tecnologia dependem da natureza. A medicina moderna deve muito às propriedades encontradas naturalmente em plantas e nas bactérias. Medicamentos como os analgésicos, a penicilina e as inoculações têm como base os organismos naturais. A estrutura destes seres vivos foi analisada e sintetizada para produzir alguns medicamentos, entretanto, outros - como os antibióticos - ainda utilizam os organismos de verdade. No total, isso conta como um quarto das drogas prescritas que utilizamos [fonte: Fundação David Suzuki]. Além do mais, caso a Terra, de repente, perdesse sua biodiversidade substancial, as drogas que ainda estamos por descobrir ficariam perdidas.
Até mesmo se nós, seres humanos, pudéssemos encontrar uma maneira de sobrepujar uma catastrófica perda de biodiversidade, nossa existência na Terra certamente seria mudada. Há um importante aspecto econômico também na questão da biodiversidade. Em 1997, cientistas da Cornell University registraram o valor em dólar de todos os serviços fornecidos para a humanidade pela vida na Terra. Tudo, desde ecoturismo e polinização à formação do solo e produtos farmacêuticos foi levado em conta. O total para os serviços fornecidos à humanidade pela Mãe Natureza chegou a US$ 2,9 trilhões por ano (um outro estudo concluiu que o total era de US$ 33 trilhões.
Estes serviços ainda seriam necessários, com ou sem um ecossistema global diverso. Visto que se os recursos que provêm estes serviços (como o nitrogênio produzido pelas larvas) diminuíssem, os seres humanos teriam de substituí-los para sobreviver. Suprimentos de coisas como o nitrogênio para o solo e remédios para os doentes aumentariam em valor rápida e significativamente. A competição por estes recursos que estariam desaparecendo seria desenvolvida, com países mais ricos e mais bem armados inevitavelmente vencendo. A vida, de fato, mudaria para a humanidade, como resultado da perda da biodiversidade. Rapidamente, ficaria pior.

Brasil é cada vez mais atraente para jovens cientistas, diz 'Economist'



Em sua edição desta semana, a revista britânica "The Economist" afirma que o Brasil vem se tornando um destino cada vez mais atraente para a realização de pesquisas científicas e acadêmicas.
A revista traz dados que mostram o crescimento dessa área no país, que é um dos líderes mundiais em pesquisa,e cita iniciativas do governo que impulsionaram a pesquisa, especialmente nas áreas de medicina tropical, bioenergia e biologia botânica.
No entanto, afirma que o maior trunfo do Brasil são as possibilidades oferecidas pelas universidades brasileiras para que os pesquisadors possam avançar.
"Você pode ter seu próprio laboratório aqui e pode até começar uma linha de pesquisa totalmente nova. Aqui, você é um pioneiro", afirma a geneticista botânica da Unicamp, na publicação.
Além disso, a revista destaca o fato de que as bolsas para pesquisadores iniciantes têm um valor equiparável aos padrões mundiais, mas faz uma ressalva: o mesmo não acontece para acadêmicos mais experientes.
Incentivo
"No entanto, a Fapesp está tentando (mudar essa cenário). A instituição publicou um anúncio na revista científica 'Nature' sobre um progama de dois anos para se estudar em universidades de São Paulo", afirma a publicação.
"E apesar de a maioria das respostas ter vindo de cientistas de início de carreira, são os mais experientes que estão sendo chamados para conversar. E a Fapesp espera que durante esses dois anos, eles aprendam o português e - alguns deles - decidam ficar no país."
Segundo a revista, o Brasil formou 500 mil alunos no ensino superior e 10 mil PhDs em um ano - dez vezes mais do que há 20 anos. O país também aumentou sua participação no volume total de estudos científicos publicados no mundo: de 1,7% em 2002 para 2,7% em 2008.
A "Economist" afirma ainda que fazer parte da iniciativa científica global está ligado também ao orgulho nacional. "Ao investir em ciência em seu próprio território, países tropicais garantem que não são apenas os problemas das nações ricas e temperadas que são resolvidos".

MEL DE ABELHA



Através dos tempos, o mel sempre foi considerado um produto especial, utilizado pelo homem desde os tempos mais remotos. Evidências de seu uso pelo ser humano aparecem desde a Pré-história, com inúmeras referências em pinturas rupestres e em manuscritos e pinturas do antigo Egito, Grécia e Roma.
A utilização do mel na nutrição humana não deveria limitar-se apenas a sua característica adoçante, como excelente substituto do açúcar, mas principalmente por ser um alimento de alta qualidade, rico em energia e inúmeras outras substâncias benéficas ao equilíbrio dos processos biológicos de nosso corpo.
Embora o mel seja um alimento de alta qualidade, apenas o seu consumo, mesmo em grandes quantidades, não é suficiente para atender a todas as nossas necessidades nutricionais. Na tabela 4 apresenta-se os nutrientes do mel em relação aos requerimentos humanos.


Nutriente
Unidade
Quantidade em 100 g de mel
Ingestão diária recomendada
ENERGIA
Caloria
339
2800
VITAMINAS:
   
A
U.I
-
5000
B1
mg
0,004 - 0,006
1,5
COMPLEXO B2:
   
RIBOFLAVINA
mg
0,02 - 0,06
1,7
NIACINA
mg
0,11 - 0,36
20
B6
mg
0,008 - 0,32
2
ACIDO PANTOTENICO
mg
0,02 - 0,11
10
ÁCIDO FÓLICO
mg
-
0,4
B12
mg
-
6
C
mg
2,2 - 2,4
60
D
U.I
-
400
E
U.I
-
30
BIOTINA
mg
-
0,330

Além de sua qualidade como alimento, esse produto único é dotado de inúmeras  propriedades terapêuticas, sendo utilizado pela medicina popular sob diversas formas e associações como fitoterápicos.




Definição e origem

O mel é a substância viscosa, aromática e açucarada obtida a partir do néctar das flores e/ou exsudatos sacarínicos que as abelhas melíficas produzem.
Seu aroma, paladar, coloração, viscosidade e propriedades medicinais estão diretamente relacionados com a fonte de néctar que o originou e também com a espécie de abelha que o produziu.

Mel de Abelha


O néctar é transportado para a colmeia, onde irá sofrer mudanças em sua concentração e composição química, para então ser armazenado nos alvéolos. Entretanto, mesmo durante o seu transporte para a colméia, secreções de várias glândulas, principalmente das glândulas hipofaringeanas, são acrescentadas, introduzindo ao material original enzimas como a invertase (a -glicosidase), diastase (a e ß amilase), glicose oxidase, catalase e fosfatase.

Composição

Apesar de o mel ser basicamente uma solução saturada de açúcares e água, seus outros componentes, aliados às características da fonte floral que o originou, conferem-lhe um alto grau de complexidade.
Segundo Campos (1987), a composição média do mel, em termos esquemáticos, pode ser resumida em três componentes principais: açúcares, água e diversos. Por detrás dessa aparente simplicidade, esconde-se um dos produtos biológicos mais complexos. 



Composição básica do mel
Componentes
Média
Desvio padrão
Variação
Água (%)
17,2
1,46
13,4 - 22,9
Frutose (%)
38,19
2,07
27,25 - 44,26
Glicose (%)
31,28
3,03
22,03 - 40,75
Sacarose (%)
1,31
0,95
0,25 - 7,57
Maltose (%)
7,31
2,09
2,74 - 15,98
Açúcares totais (%)
1,50
1,03
0,13 - 8,49
Outros (%)
3,1
1,97
0,0 - 13,2
pH
3,91
-
3,42 - 6,10
Acidez livre (meq/Kg)
22,03
8,22
6,75 - 47,19
Lactose (meq/Kg)
7,11
3,52
0,00 - 18,76
Acidez total (meq/Kg)
29,12
10,33
8,68 - 59,49
Lactose/Acidez livre
0,335
0,135
0,00 - 0,950
Cinzas (%)
0,169
0,15
0,020 - 1,028
Nitrogenio (%)
0,041
0,026
0,00 - 0,133
Diastase
20,8
9,76
2,1 - 61,2



Alimento
Quantidade de calorias/ kg
AÇÚCAR DE MESA
4.130
MEL DE ABELHA
3.395
OVOS
1.375
AVES
880
LEITE
600

Água

O conteúdo de água no mel é uma das características mais importantes, influenciando diretamente na sua viscosidade, peso específico, maturidade, cristalização, sabor, conservação e palatabilidade.
A água presente no mel apresenta forte interação com as moléculas dos açúcares, deixando poucas moléculas de água disponíveis para os microorganismos (Veríssimo, 1987).
O conteúdo de água do mel pode variar de 15% a 21%, sendo normalmente encontrados níveis de 17% (Mendes & Coelho, 1983). Apesar de a legislação brasileira permitir um valor máximo de 20%, valores acima de 18% já podem comprometer sua qualidade final. Entretanto, níveis bem acima desses valores já foram encontrados por diversos pesquisadores em diferentes tipos de mel (Cortopassi-Laurino & Gelli, 1991; Costa et al., 1989; Azeredo & Azeredo 1999; Sodré, 2000; Marchini, 2001).
Em condições especiais de níveis elevados de umidade, o mel pode fermentar pela ação de leveduras osmofilíticas (tolerantes ao açúcar) presentes também em sua composição. Segundo Crane (1987), a maior possibilidade de fermentação do mel está ligada ao maior teor de umidade e leveduras.
O processo de fermentação pode ocorrer mais facilmente naqueles méis chamados "verdes", ou seja, méis que são colhidos de favos que não tiveram seus alvéolos devidamente operculados pelas abelhas; nessa situação, o mel apresenta teor elevado de água. Entretanto, mesmo o mel operculado pode ter níveis acima de 18% de água, caso o apiário esteja localizado em região com umidade relativa do ar superior a 60%.
Outros fatores associados ao processo de fermentação estão relacionados com a má assepsia durante a extração, manipulação, envase e acondicionamento em local não-apropriado (Faria, 1983).
A própria centrifugação pode contribuir negativamente na qualidade do mel. A centrífuga pulveriza o mel em micro partículas, favorecendo a absorção de água pela formação de uma grande superfície em relação ao volume. Se esse processo ocorrer em local com umidade relativa alta, o mel pode ter seu teor de água aumentado. O ideal seria que o local fosse equipado com desumidificador.

Enzimas

Segundo Crane (1987), a adição de enzimas pelas abelhas ao néctar irá causar mudanças químicas, que irão aumentar a quantidade de açúcar, o que não seria possível sem essa ação enzimática.
A enzima invertase adicionada pelas abelhas transforma 3/4 da sacarose inicial do néctar coletado nos açúcares invertidos glicose e frutose, ao mesmo tempo, que açúcares superiores são sintetizados, não sendo presentes no material vegetal original. Sua ação é contínua até que o "amadurecimento" total do mel ocorra.
Dessa forma, pode-se definir o amadurecimento do mel como a inversão da sacarose do néctar pela enzima invertase e sua simultânea mudança de concentração.
A enzima invertase irá permanecer no mel conservando sua atividade por algum tempo, a menos que seja inativada pelo aquecimento; mesmo assim, o conteúdo da sacarose do mel nunca chega a zero. Essa inversão de sacarose em glicose e frutose produz uma solução mais concentrada de açúcares, aumentando a resistência desse material à deterioração por fermentação e promovendo assim o armazenamento de um alimento altamente energético em um espaço mínimo.
Outras diversas enzimas, como a diastase, catalase, alfa-glicosidase, peroxidase, lipase, amilase, fosfatase ácida e inulase, já foram detectadas no mel por diferentes autores (Schepartz & Subers, 1966; White & Kushinir, 1967; Huidobro et al., 1995).
A diastase quebra o amido, sendo sua função na fisiologia da abelha ainda não claramente compreendida, podendo estar envolvida com a digestão do pólen.
Como a diastase apresenta alto grau de instabilidade em frente às temperaturas elevadas, sua presença ou não se faz importante na tentativa de detectar possíveis aquecimentos do mel comercialmente vendido, apesar de que também em temperaturas ambientes ela pode vir a deteriorar-se quando o armazenamento for prolongado.
A catalase e a fosfatase são enzimas que facilitam a associação açúcar-álcool, sendo um dos fatores que auxiliam na desintoxicação alcoólica pelo mel (Serrano et al., 1994). Entretanto, segundo Weston (2000), a catalase presente no mel se origina do pólen da flor e sua quantidade no mel depende da fonte floral e da quantidade de pólen coletado pelas abelhas.
A glicose-oxidase, que em soluções diluídas é mais ativa (White, 1975), reage com a glicose formando ácido glucônico (principal composto ácido do mel) e peróxido de hidrogênio, esse último capaz de proteger o mel contra a decomposição bacteriana até que seu conteúdo de açúcares esteja alto o suficiente para fazê-lo ( Schepartz et al., 1966; Mendes & Coelho, 1983).
Segundo White et al. (1963), a principal substância antibacteriana do mel é o peróxido de hidrogênio, cuja quantidade presente no mel é dependente tanto dos níveis de glicose-oxidase, quanto de catalase, uma vez que a catalase destrói o peróxido de hidrogênio (Weston et al., 2000).

Proteínas

Em concentrações bem menores, encontram-se as proteínas ocorrendo apenas em traços. A proteína do mel tem duas origens, vegetal e animal.
Sua origem vegetal advém do néctar e do pólen; já sua origem animal é proveniente da própria abelha (White et al., 1978). No segundo caso, trata-se de constituintes das secreções das glândulas salivares, juntamente com produtos recolhidos no decurso da colheita do néctar ou da maturação do mel (Campos, 1987).
Wootton et al. (1976) constataram em seis amostras de mel australianas os seguintes aminoácidos livres: leucina, isoleucina, histidina, metionina, alanina, fenilalanina, glicina, ácido aspártico, treonina, serina, ácido glutâmico, prolina, valina, cisteína, tirosina, lisina e arginina.
Dentre esses aminoácidos, a prolina, proveniente das secreções salivares das abelhas, é o que apresenta os maiores valores, variando entre 0,2% e 2,8%. Juntamente com o conteúdo de água, sua concentração é usada como um parâmetro de identificação da "maturidade" do mel (Costa et al., 1999). Segundo Von Der Ohe, Dustmann & Von Der Ohe (1991), é necessário pelo menos 200 mg de prolina/kg de mel.

Ácidos

Os ácidos orgânicos do mel representam menos que 0,5% dos sólidos, tendo um pronunciado efeito no flavor, podendo ser responsáveis, em parte, pela excelente estabilidade do mel em frente a microorganismos. Na literatura, pelo menos 18 ácidos orgânicos do mel já foram citados. Sabe-se que o ácido glucônico está presente em maior quantidade, cuja presença relaciona-se com as reações enzimáticas que ocorrem durante o processo de amadurecimento. Já em menor quantidade, podem-se encontrar outros ácidos como: acético, butírico, lático, oxálico, fórmico, málico, succínico, pirúvico, glicólico, cítrico, butiricolático, tartárico, maléico, piroglutâmico, alfa-cetoglutárico, 2- ou 3-fosfoglicérico, alfa- ou beta-glicerofosfato e vínico (Strison et al., 1960; White, 1975; Mendes & Coelho, 1983).
Tan et al. (1988) constataram alguns ácidos aromáticos no mel unifloral de manuka (Leptopermum scoparium) que não estavam presentes no néctar de suas flores.
Os méis de manuka e de viperina (Echium vulgare), apresentam alta atividade antimicrobiana, podendo essa atividade estar relacionada com a presença de alguns tipos de ácido (Wilkins et al., 1993-95).

Minerais

Os minerais estão presentes numa concentração que varia de 0,02% a valores próximos de 1%. White (1975) constatou valores de 0,15% a 0,25% do peso total do mel.
Entre os elementos químicos inorgânicos encontrados no mel, podem-se citar: cálcio, cloro, cobre, ferro, manganês, magnésio, fósforo, boro, potássio, silício, sódio, enxofre, zinco, nitrogênio, iodo, rádio, estanho, ósmio, alumínio, titânio e chumbo (White, 1975; Pamplona, 1989). Na tabela 7 pode ser verificado o conteúdo de minerais no mel de acordo com sua cor e a recomendação de ingestão diária para o homem.
Embora em concentrações ínfimas, vitaminas, tais como: B1, B2, B3, B5, B6, B8, B9, C e D também são encontradas no mel, sendo facilmente assimiláveis pela associação a outras substâncias como o hidrato de carbono, sais minerais, oligoelementos, ácidos orgânicos e outros. A filtração do mel para fim comercial pode reduzir seu conteúdo de vitaminas, exceto a de vitamina K (Haydak et al., 1943). Segundo Kitzes et al. (1943), tal filtração retira do mel o pólen, responsável pela presença de vitaminas no mel.



Elementos
(macro e micro)
Cor
Variança (ppm)
Média (ppm)
Ingestão diária recomendada (mg)
CÁLCIO
CLARA
23 - 68
49
800
ESCURA
5 - 266
51
FÓSFORO
CLARA
23 - 50
35
800
ESCURA
27 - 58
47
POTÁSSIO
CLARA
100 - 588
205
782
ESCURA
115 - 4733
1676
SÓDIO
CLARA
6 - 35
18
460
ESCURA
9 - 400
76
MAGNÉSIO
CLARA
11 - 56
19
350
ESCURA
7 - 126
35
CLORO
CLARA
23 - 75
52
(300 - 1200)
ESCURA
48- 201
113
DIÓXIDO DE SILÍCIO
CLARA
7 - 12
9
(21 - 46)
como ác. Silício
ESCURA
5 - 28
14
FERRO
CLARA
1,20 - 4,80
2,40
20
ESCURA
0,70 - 33,50
9,40
MANGANÊS
CLARA
0,17 - 0,44
0,30
10
ESCURA
0,46 - 9,53
4,09
COBRE
CLARA
0,14 - 0,70
0,29
2
ESCURA
0,35 - 1,04
0,56
ENXOFRE
CLARA
36 - 108
58
-
ESCURA
56 - 126
100

Outros

Os componentes menores do mel, como os materiais "flavorizantes" (aldeídos e álcoois), pigmentos, ácidos e minerais, influenciam consideravelmente nas diferenças entre tipos de mel. Sabatier et al. (1992) detectaram alguns flavonóides presentes no mel de girassol (conhecidamente rico em flavonóides). Em maiores concentrações, foram encontrados os seguintes flavonóides: pinocembrina (5,7-dihidroxiflavona), pinobanksina (3,5,7-trihidroxiflavonona), crisina (5,7-dihidroxiflavona), galangina (3,5,7-trihidroxiflavona) e quercetina (3,5,7,3’,4’-pentahidroxiflavona). Em menores concentrações: tectocrisina (5-hidroxi-7metoxiflavona) e quenferol (3,5,7,4’-tetrahidroxiflavona). Bogdanov (1989) usando HPLC constatou a presença de pinocembrina em quatro amostras de mel (duas de origem floral e duas de origem não-floral, o chamado "honeydew").
Propriedades terapêuticas
Esse item tem a finalidade de informar sobre as diversas pesquisas que já foram e que vêm sendo desenvolvidas a respeito da utilização do mel com fins terapêuticos. Entretanto, qualquer produto ou substância que seja utilizada para fins curativos deve ter o devido consentimento médico.
A utilização dos produtos das abelhas com fins terapêuticos é denominada APITERAPIA, que vem-se desenvolvendo consideravelmente nos últimos anos, com a realização de inúmeros trabalhos científicos, cujos efeitos benéficos à saúde humana têm sido considerados por um número cada vez maior de profissionais da saúde. Países como a Alemanha já a adotaram como prática oficial na sua rede pública de saúde.
Especificamente ao mel, atribuem-se várias propriedades medicinais, além de sua qualidade como alimento. Apesar de o homem fazer uso do mel para fins terapêuticos desde tempos remotos, sua utilização como um alimento único, de características especiais, deveria ser o principal atrativo para o seu consumo.
Infelizmente, a população brasileira, de maneira geral, não o encara dessa forma, considerando-o mais como um medicamento do que como alimento, passando a consumi-lo apenas nas épocas mais frias do ano, quando ocorre um aumento de casos patológicos relacionados aos problemas respiratórios. No Brasil seu consumo como alimento ainda é muito baixo (aproximadamente 300 g/habitante/ano), principalmente ao se comprar com países como os Estados Unidos e os da Comunidade Européia e África, que podem chegar a mais de 1kg/ano por habitante.
Dentre as inúmeras propriedades medicinais atribuídas ao mel pela medicina popular e que vêm sendo comprovadas por inúmeros trabalhos científicos, sua atividade antimicrobiana talvez seja seu efeito medicinal mais ativo (Sato et al., 2000), sendo que não apenas um fator, mas vários fatores e suas interações são os responsáveis por tal atividade.
Segundo Adcock (1962), Molan (1992) e Wahdan (1998), os responsáveis por essa habilidade antimicrobiana são os fatores físicos, como sua alta osmolaridade e acidez, e os fatores químicos relacionados com a presença de substâncias inibidoras, como o peróxido de hidrogênio, e substâncias voláteis, como os flavonóides e ácidos fenólicos.
De maneira geral, destinam-se ao mel inúmeros efeitos benéficos em várias condições patológicas.
Propriedades antissépticas, antibacterianas também são atribuídas ao mel, fazendo com que ele seja utilizado como coadjuvante na área terapêutica em diversos tratamentos profiláticos (Stonoga & Freitas, 1991).
Sua propriedade antibacteriana já foi amplamente confirmada em diversos trabalhos científicos (Adcock, 1962; White & Subers, 1963; White, Subers & Schepartz, 1966; Smith et al., 1969; Dustmann, 1979; Molan et al., 1988; Allen et al., 1991; Cortopassi-Laurino & Gelly, 1991), como também sua ação fungicida (Efem et al., 1992), cicatrizante (Bergman et al., 1983 e Efem, 1988; Green, 1988 e Gupta et al., 1993) e promotora da epitelização das extremidades de feridas (Efem, 1988).
Popularmente, ao mel ainda se atribuem outras propriedades como antianêmica, emoliente, antiputrefante, digestiva, laxativa e diurética (Veríssimo, 1987).
Atualmente alguns países, como a França e a Itália já vêm objetivando a produção de mel com propostas terapêuticas específicas, como nos tratamentos de úlceras e problemas respiratórios (Yaniv & Rudich, 1996).
Apesar de a medicina popular atribuir ao mel inúmeras propriedades curativas, sendo muitas delas já comprovadas por pesquisadores do mundo inteiro, a sua utilização para fins terapêuticos deve ser indicada e acompanhada por profissionais da saúde, não cabendo qualquer substituição de medicamentos sem o devido aval médico.